sexta-feira, 15 de junho de 2007

Precisa-se de repórteres



Nessa semana, assisti ao "Observatório da Imprensa" na TV Cultura. O tema: "Como a mídia cobre a corrupção". A questão chavão não faltou: Aumentou a corrupção ou aumentou o combate ? Afinal de contas, sempre pode existir alguém que pense que crimes como sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha só começaram a ocorrer a partir de 2003.

Selecionei dois trechos da transcrição para ilustrar o que, para mim, ficou claro no programa. O primeiro é do Mário Magalhães (novo ombudsman da Folha):

"O jornalismo teria uma contribuição maior a dar aos leitores, telespectadores, ouvintes e à sociedade se conseguisse, além de repassar informações obtidas pela Polícia Federal, produzir suas próprias notícias de forma autônoma e independente".

"O que atrapalha, segundo o repórter (Dimmi Amora) do Globo, é velocidade com que os novos escândalos aparecem, não deixando tempo suficiente para a investigação que deve ser feita. Outro aspecto é que esse trabalho normalmente fica sob a responsabilidade dos editores, profissionais que normalmente já são sobrecarregadas pelas suas responsabilidades cotidianas".

Conclusão: faltam repórteres. Mais um efeito do choque de gestão dado nas redações. Um processo autofágico, onde se produz cada vez menos e, conseqüentemente, tem-se cada vez menos leitores. Os diretores de redação poderiam dar uma mãozinha para diminuir o desemprego e dar uma reforçada nos quadros. Se bem que nesse ramo, emprego mesmo é difícil. Se tiver, é só vaga para freelancer, PJ e outros meios para burlar a justiça do trabalho.

Agora, campeão mesmo seria o Frias Filho ligando para o Dr. Paulo Lacerda: "Sabe o que é doutor, eu queria saber se o senhor pode dar uma segurada aí, porque a gente aqui não tá conseguindo acompanhar".

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