sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Campanhas


Lembro de ter comentado sobre a descoberta do capitalismo. Sem grandes pretensões, mas foi antes da entrevista do Armínio Fraga para a Sujíssima.

Parece que os marqueteiros estão começando a pegar o espírito da coisa. Nem todos, pois alguns patrocinam o Cansei e fazem campanha para os belgas com um tema de forte apelo nacionalista como Sense and Simplicity. Ironia pura, quem colocou nova campanha no ar, com um tema mais próximo da realidade, foi justamente uma empresa belga. A nova campanha da cervejaria fala do batalhador, guerreiro, que tem fé na vida e não desiste nunca. Eu acho que já ouvi isso em algum lugar.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

A pior frase do Millôr



Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.


De tanto ler e ouvir essa frase, acabei criando antipatia por ela. É de se imaginar que a idéia original devia ser de tratar com bom humor um dos princípios do jornalismo: fiscalização diuturna do poder onde quer que se manifeste. No entanto, como estamos vivendo uma crise de interpretação de texto (vide episódios Ferréz e Juca Kfouri), a frase vem sendo usada como salvaguarda para justificar atitudes injustificáveis.
A oposição pode fazer denúncia seletiva, pode ressaltar as suas qualidades e exacerbar os defeitos da situação, pode escolher as estatísticas que lhe são favoráveis e as que são desfavoráveis ao adversário. Tudo isso é parte do jogo democrático.
A imprensa pode tudo isso ? Até pode, pois tem liberdade para tal, mas não devia. Não devia, principalmente na televisão, pois o espectador fica com aquela impressão que está vendo o horário eleitoral gratuito. Convenhamos, horário eleitoral é muito chato.
A oposição pode cercear as idéias contrárias às suas, pode esquivar-se de debates. A imprensa devia abrir espaço para o contraditório e para o debate.
Sem contar que a prática poderia criar situações, no mínimo, curiosas. Suponhamos que tivéssemos um governo de esquerda. Suponhamos que tivéssemos uma oposição de direita. Por exemplo, na questão ambiental, a oposição diria que aquecimento global é uma falácia. A imprensa abraçaria a idéia. Quando o cenário inverter e a oposição subir ao poder, a imprensa faz o quê ? Parceria com o GreenPeace ?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Os especialistas



Estou com esse post engasgado desde a quarta-feira de cinzas. Pelo atraso, vou direto ao assunto.
No programa "Ciranda da Cidade", apresentado na Rádio Bandeirantes pelo Milton Parron, ele me saiu com essa ao comentar a vitória da Vai-Vai:
" ... e lá no terreiro da Vai-Vai deve estar uma tremenda festa".
E eu, leigo no quesito, achava que festa de escola de samba era na quadra.
Sabe como é, para um "especialista" quadra de escola de samba e terreiro têm tudo a ver com África.
Na mesma hora, lembrei do Pedro Bial cobrindo shows de Rock. Um desastre. Era gafe em cima de gafe.
A mídia em geral abusa dos generalistas e economiza nos especialistas. Os generalistas escrevem com grande desenvoltura sobre qualquer assunto desde economia e controle aéreo até febre amarela e segurança nacional. Daí, talvez, o motivo de eu andar lendo em mais de um veículo a frase, cujo autor eu desconheço, sobre a confiança do leitor na mídia:
"Se escrevem barbaridades sobre assuntos que eu conheço, imagino o que fazem com os assuntos que desconheço."