quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Os esquecidos


Não, não é um post sobre aquele filme com a Julianne Moore.
É sobre a nossa fiscalizadora imprensa que, inebriada pela aceitação da denúncia do Procurador Geral pelo STF, esqueceu de alguns nomes importantes que acabaram de fora da lista.
O imprensalão (essa expressão é divertida) primeiro chegou a duvidar que o Procurador apresentaria a denúncia. Eles estavam acostumados com o Engavetador. Depois duvidaram da isenção do STF, que na sua composição tem maioria de ministros indicados por Lula. Eles têm uma dificuldade enorme com a palavra República. Esse negócio de três poderes é muito complicado para a cabeça deles.
Vamos listar então os esquecidos:
  • Dep. José Mentor (PT/SP)

  • Dep. Josias Gomes (PT/BA)

  • Dep. Roberto Brandt (PFL/MG)

  • Dep. Sandro Mabel (PL/GO)

  • Dep. Vadão Gomes (PP/SP)

  • Dep. Vanderval Santos (PL/SP)
É verdade que alguns deles são apenas citados no relatório da CPMI dos Correios, pois as provas produzidas eram frágeis. No caso de Sandro Mabel, por exemplo, tudo o que se tinha era o depoimento de uma deputada do PSDB. Agora, no mínimo, Vadão Gomes deveria ser denunciado. Ele tem um capítulo dedicado só para ele.
O relatório da CPMI dos Correios também trata de Claudio Mourão, Clésio Andrade e Eduardo Azeredo. Se o Valerioduto fosse um navio, digamos que eles seriam aqueles que cortaram a fita e quebraram a garrafa no casco. Por que eles foram esquecidos ? Ou será que foram abduzidos ?

sábado, 25 de agosto de 2007

Terminei "Os cabeças"

Finalmente, terminei a leitura de “Os cabeças-de-planilha”, de Luis Nassif. A leitura foi demorada pela falta de tempo e também para diluir um pouco da tristeza, da decepção e da revolta ao relembrar episódios recentes da história brasileira. Apesar de lamentarmos a colonização de exploração, vemos que as oportunidades de desenvolvimento vão sendo desperdiçadas uma a uma, sempre com os mesmos atores: os omissos e os espertalhões. Os primeiros são os presidentes, que com foco em outras questões deixam os segundos, do Banco Central ou da Fazenda, aproveitarem-se das próprias regras que criam e adiarem os planos do Brasil se tornar uma grande nação.
O livro compara dois períodos, o Encilhamento e o Plano Real, e mostra vários momentos onde o rumo do país poderia ter sido corrigido, mas para não contrariar interesses, ora de dentro do governo, ora de fora, foi-se deixando o prejuízo para as gerações futuras.
Ao final, uma importante entrevista com FHC, onde fica claro que ele tinha preocupação com a valorização do real, mas foi adiando a decisão, esperando o fim da crises, o carnaval, o alinhamento dos planetas e lá se foi mais uma oportunidade. FHC foi uma grande decepção para mim e para muitos brasileiros. Apesar de não ter votado nele, eu tinha grande esperança que ele pudesse ajudar o Brasil a reduzir a desigualdade e a se desenvolver. Digo isso, pois o retrato do PSDB em 1994 e 1995 era bem diferente do de hoje. Lembro da frase do Aécio em 2002, após o resultado das eleições: “Precisamos voltar às origens”. Um reconhecimento que o partido tinha perdido o rumo e, pelo jeito, não o encontrou até hoje.
Lula vai surfando na onda da economia mundial e colhendo os frutos das políticas sociais e da política externa. Caiu no conto de que a desvalorização do real pode trazer inflação, e assim seguimos exportando commodities e importando produtos manufaturados. Rebate qualquer crítica com o chavão “o câmbio flutua”, como se nada mais pudesse ser feito. Não contente, ainda fez a MP 281 que depois foi convertida na Lei 11.312. E assim o mundo vai de locomotiva e nós a passos de cágado.
Oportunidades não tem faltado, resta aparecer o governante com coragem para aproveitá-las.

domingo, 19 de agosto de 2007

Qualquer semelhança ...

... não é mera coincidência.
Este blog divulga, sem nenhuma exclusividade, pois a notícia já saiu no Blog do Petta.
Além dos políticos e da sonegadora de impostos Eliana Tranchesi, estavam no casório alguns cansados e cansadas.
Eu aposto uma pinga como a adesão das cansadas foi articulada nessa festa. Tudo muito apartidário.
Link para a matéria:
http://caras.ig.com.br/materias/materias_1295.htm
Link para as fotos dos presentes:

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Humoristas


Estamos vivendo uma crise de falta de humoristas. Ex-engraçados existem muitos. Talvez esteja esquecendo de alguém, mas engraçado mesmo, só sobrou o Tom Cavalcante. No entanto, existem algumas figuras que, mesmo não sendo humoristas, nos proporcionam boas risadas. O Heráclito Fortes é uma dessas figuras. Depois de acreditar na história da ONG dos Amigos de Plutão, ele anda vendo mensagens subliminares do terceiro mandato (olha o blog aí, gente). Coitado, ele deve acreditar no Estadão. Outro dia mesmo, eles entrevistaram um pesquisador que deu mais uma força para a campanha:

"Qual é o risco de toda essa situação? É que, chegando a 2010, todos esses envolvidos e mais a vocalização das massas digam: Lula, não saia, que vai ser um inferno."

A obsessão com o factóide é tanta que, qualquer dia desses, eles fazem um caderno especial sobre o assunto. Já influenciaram até uma pesquisa do PSDB. Aliás, uma coisa de gênio, colocar na pesquisa uma pergunta sobre o presidente com menos de seis meses de mandato.
Depois nós, pobres blogueiros, é que viramos alvo de uma campanha de desqualificação. Fala sério.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Promoção

Recebi um e-mail sobre uma promoção imperdível. O título é "FERNANDO, assine VEJA e ganhe ate 12 meses a mais". Assim mesmo, sem acento.
Eu tenho alguns exemplares da revista aqui em casa. Seis para ser mais exato. Cinco são de 2004, que eles me enviaram gratuitamente, apesar de terem prometido enviar seis. O outro, de 2006, foi presente de um amigo que recebi às vésperas do primeiro turno. Por coincidência, as capas são todas leves, sobre ciência, saúde e variedades. Pesa também o fato de que os maiores escândalos só apareceram a partir de 2005.
Guardei esses exemplares para que, caso eu tenha um lapso de memória e comece a pensar em assinar a revista, eu possa desistir rapidamente da idéia. Não considero que seja um dinheiro bem gasto, pagar para ler elogios rasgados ao FHC, Serra, Alckmin e Aécio, artigos anti-Lula e anti-PT, idéias de privatização de universidades e do ensino médio, propostas de erradicação dos aposentados e outras idéias de Estado mínimo. Se eu tiver interesse, vou direto ao site do PSDB. Além do preço, três vantagens: a primeira é ter menos propaganda. A segunda é que ninguém vai tentar me vender um remédio para alguma doença moderna que, se eu ainda não tenho, certamente vou ter. A terceira é não ter as cartas que desmentem o que foi publicado na edição anterior.
Nessa contenda com o Renan Calheiros, só lamento que ela não tenha começado antes. Quando ele era Ministro da Justiça do FHC, por exemplo. No mais, torço por um empate. Nos campeonatos por pontos corridos, o empate é um resultado ruim para ambos. É como se os dois perdessem. Um a um já está de bom tamanho.
Quanto ao e-mail da promoção, foi para uma pasta chamada “Lixo eletrônico”. Pareceu-me a mais adequada para o conteúdo.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

A salada de manifestações


Está disponível no cardápio da imprensa e de vários blogs, uma verdadeira salada com as manifestações paulistanas. Sei que é um desperdício de tempo, mas vou tentar separar os ingredientes.
A caminhada de 29/07, que saiu do Ibirapuera e foi até o local do acidente, foi organizada pela ABRAPAVAA (Assoc. Bras. Parentes Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos) e mais algumas ONGs. Tinha até a boa intenção de prestar uma homenagem às vítimas, expulsou alguns espertos que resolveram aparecer com bandeiras do PSDB, mas o "Fora, Lula" foi inevitável.
A passeata do próximo final de semana é para o "Fora, Lula" mesmo. É para ela que resolvi colaborar com algumas dicas.
O Movimento Cansei é organizado pela OAB-SP, com apoio de João Dória Jr, da Abert (sempre eles), da Fiesp (sempre eles), da Febraban (sempre eles) e outras entidades. Tudo o que se sabe é que estão organizando um minuto de silêncio.
Não é difícil encontrar uma mistura dos movimentos por aí. É compreensível. Primeiro, porque os frustrados com o resultado das urnas acabam aderindo a todos eles. Segundo, porque o nível propositivo dos movimentos é espantoso. O "Nariz de Palhaço", por exemplo, é de fazer frente ao Projeto Brasil.