quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A oposição que perdemos


Dizem que na democracia quem ganha as eleições vai para o governo e quem perde vai para a oposição. Talvez para o Brasil essa afirmação seja uns 30% verdade. Tem uns 70% aí que nunca perdem. Mas, isso é outro assunto. O fato é que, com a chegada do PT ao poder, aquela oposição que cobrava do governo reforma agrária, saneamento básico, educação, saúde e segurança simplesmente sumiu. Entrou em cena um governo tímido, preocupado em agradar a todos, uma mídia sem-vergonha defendendo interesses que são de qualquer país menos do Brasil e uma oposição mais perdida que filho de puta no dia dos pais. O governo compara seus resultados pífios com os trágicos de seus adversários, onde os primeiros estão vencendo por larga margem. Tudo isso entremeado por algum escândalo da vez.

É incrível, mas quando eu começo a achar que as discussões estão evoluindo, elas voltam para o século XIX. Ao que parece, muitos estão descobrindo que para vender xampu, eletrodoméstico, computador, carro e casa é necessário que o povo tenha dinheiro para comprar. É o que eu chamo de descoberta do capitalismo. Só não avançamos mais nessa descoberta porque, nesse ponto, a mídia não tem contribuído muito. Nem a oposição.

A oposição está preocupada com o terceiro mandato, com a compra de armas feita pela Venezuela, com a doutrinação nos livros didáticos, com o Che Guevara e com o aniversário da revolução russa. Temas da maior relevância. Além disso, gagueja. Gagueja para falar de CPMF, da descoberta de petróleo e da economia. Passa uma mensagem bem clara: Se o governo não é dos nossos sonhos, a oposição é um pesadelo.

Um comentário:

Na Periferia do Império disse...

Prezado....

Concordo em gênero, número e grau.

Já essa nossa oposição venezuelana, não fede e nem cheira, apesar de ser de...

um abraço